Definir o power metal pode não ser uma tarefa fácil, mas quando ouvimos uma música do gênero, sabemos que é. Um dos grandes representantes atuais do power metal é a banda italiana Frozen Crown, que eleva o estilo a outro nível, mantendo sua originalidade. Isso é evidente no novo single “Steel and Gold”, do próximo álbum “War Hearts”.
Enquanto aguardamos o lançamento do quinto disco da banda, que será o primeiro pela Napalm Records, tivemos a chance de conversar com o guitarrista Federico Mondelli. Ele nos contou quais são, na opinião dele, os seis melhores solos de power metal de todos os tempos.
Symphony X – Paradise Lost
Ok, eu sei. Diga as palavras “Michael” e “Romeo” para um guitarrista, e ele provavelmente vai lembrar de “Sea of Lies”. Esse solo é, sem dúvidas, icônico e influencia gerações até hoje. Mas o solo de guitarra em “Paradise Lost” é o meu favorito. Ele combina todas as técnicas lendárias do Michael Romeo com um incrível senso de melodia. Claro, ele pode tocar rápido com uma precisão absurda, mas quando desacelera, consegue criar melodias lindas e expressivas. Esse solo é, para mim, o melhor de todos os tempos, porque equilibra técnica e sentimento de forma brilhante.
Angra – Nothing to Say
Esse solo, junto com o riff marcante, provavelmente é considerado a obra-prima de Kiko Loureiro. Mesmo depois de quase 30 anos, muitos guitarristas aspirantes ainda tentam reproduzir essa mágica. Kiko mesmo já disse que as partes de guitarra dessa música são as mais pedidas pelos fãs. Os primeiros bends são inesquecíveis, e a parte de legato que vem logo depois parece um grito épico que fica na memória de quem ouve.
Blind Guardian – Mirror Mirror
Alguns solos se destacam pela técnica, enquanto outros contam uma história. “Mirror Mirror” faz isso não só pelas suas letras inspiradas em Tolkien, mas também pelos riffs, guitarras, orquestrações e coros. O solo de guitarra conta uma história própria, começando mais lento, como se estivesse preparando o terreno, e depois se transformando em um hino de batalha furioso, finalizando com uma cavalgada épica. Ele introduz, de maneira grandiosa, o trecho antes do refrão final, sendo uma obra de arte onde o solo se encaixa perfeitamente na narrativa da música.
Sonata Arctica – Black Sheep
Qualquer solo dos álbuns Ecliptica ou Silence dessa incrível banda finlandesa seria uma boa escolha. Jani Liimatainen estava em estado de graça nesses dois discos, assim como Tony Kakko e o restante da banda. No entanto, escolho um dos mais emocionantes. Apesar da velocidade e precisão do Jani, ele nunca sacrifica a melodia para tocar rápido. Esse solo é incrivelmente expressivo e encaixa perfeitamente em uma música já cheia de partes de guitarra muito bem trabalhadas.
Wintersun – Winter Madness
O álbum de estreia da Wintersun é power metal? Muitas pessoas acham complicado rotular uma banda ou música como “death metal” ou “black metal” só por ter vocais guturais. Sim, há elementos de black metal, mas também há a velocidade e a grandiosidade do power metal. O solo de “Winter Madness” é provavelmente o mais famoso de Jari Mäenpää. Ele é tão bem construído e desenhado que a música muda de ritmo várias vezes para se ajustar ao solo. Isso lembra o solo de “Mirror Mirror”, mas enquanto o de André Olbrich evoca paisagens encantadas, o de Jari traz a fúria do inverno. Mesmo com a velocidade e a frieza da música, Jari toca com tanta habilidade que ainda consegue transmitir emoção e expressividade.
Children of Bodom – Follow the Reaper
Novamente, podemos nos perguntar: isso é power metal? O Children of Bodom tem fortes influências do gênero, especialmente no álbum “Follow the Reaper”. A faixa-título, que abre o disco, traz vários solos de guitarra incrivelmente inspirados. Diferente dos álbuns anteriores, as músicas soam menos sombrias, e o solo de guitarra é curto, mas explosivo, cheio de influências do blues e do rock ‘n’ roll, misturando a limpeza do power metal com a crueza do rock, como só Alexi Laiho sabia fazer. É selvagem, preciso e bem pensado – uma das muitas obras-primas do amado guitarrista finlandês.
Esses seis solos são exemplos perfeitos do que torna o power metal tão especial. Eles vão além da técnica e velocidade, trazendo emoção, melodia e uma narrativa única através da guitarra.